12 de janeiro de 2009

" Quem conta um conto, aumenta um ponto"

Helena mantem um quase-caso, quase-amizade, com um cara casado.
Helena está na faixa dos 30 e esse cara tem uns poucos anos a mais que ela. Se conheceram totalmente ao acaso, numa noite onde ela nem queria sair, mas tinha ganhos uns ingressos pra um show e queria sair da fase ermitã, então foi ! Quando ela contou os diálogos e o ritmo das coisas quando se conheceram, amigas soltaram um longo suspiro...
Os olhares deles se encontraram ao acaso e eles trocaram olhares muito tempo sob uma lua linda até que ele fosse apresentado a ela. Ele soube como chegar a um ponto dela que estava esquecido: o tesão intelectual. Não que ele não fosse bonito. Ela acha ele muito atraente, desde o início, mas a “lábia” ou o papo dele sempre lhe seduziram mais... mesmo que naquela noite ele tenha terminado por se anunciar um grande esparro; estava separado há pouco tempo, tinha feito vasectomia e a ex-esposa queria “foder” financeiramente com ele. Pra completar, essa ex estava por lá e depois de flertarem a noite toda , Helena já não agüentava mais esperar por um beijo e o máximo que havia conseguido até então eram elogios, sorrisos, olhares que despem e mãos que se experimentam...
- eh, acho que vou ficar mais longe, pelo menos a gente namora com os olhos...
- princesa, eu tô louco de vontade de te beijar, mas minha ex está na nossa direção e se eu fizer isso ela vai descontar na minha relação com as crianças (etc, etc.)
- sei... paciência...
- Posso te propor uma coisa bem 3ª série ??
Bem, a tal proposta terminou em vários beijos num lugar menos visível. E a noite terminou numa longa conversa por telefone...talvez uma das mais longas que ela já havia tido...onde ele se mostrou confuso, indeciso, deliciosamente apaixonante...
Daí por diante, ele era o cara errado que fazia tudo certo e eles eram duas pessoas quase no cio, adiando sempre a hora de saciarem aquele desejo todo. Pra ser sincera, dizia ela, o sexo não é o que mais me atrai e desde o início não foi nada de espetacular. Ele me atrai porque é homem, porque tem pegada, cheiro e jeito de homem.
Na verdade, Helena passava por um luto, depois de uma perda amorosa e aquela relação que aos poucos foi se mostrando inviável, impossível e improvável era seu refúgio contra a idéia de solidão que a atormentava. Ela fingia pra si mesma que tinha alguém na sua vida e foi, aos poucos, controlando sua paixão, até tornar-se a mais conveniente das amantes.
Helena tinha outro problema: não tinha nascido pra ser amante, então era inato nela o impulso de cobrar algumas coisas e mais: era generosa demais com o outro e pouco ou quase nada consigo mesma. Ela se tornou grande amiga dele e ele mal sabia a cor dos olhos dela.
Com o tempo vieram as tentativas de terminar tudo e fazer o que era certo. Ele tentou uma, duas, três, quatro vezes. A cada tentativa ela sentia menos dor, insistia menos...sabia que aquele era oc aminho natural das coisas. Aí, quando tudo parecia quieto e definido ele voltava, num telefonema, num diálogo mais quente, num encontro. E pronto !! Lá estava ela de novo!! Aí foi a vez dela tentar. Também não deu certo. No entanto, cada tentativa tornava mais racional e mais fraco o que ela sentia por aquele homem egoísta, individualista e indeciso entre ser um homem de família ou um playboy conquistador !!
Era quando ele parecia mais próximo e doce que ele tentava ir embora.
Uma vez eu li que os homens dificilmente ficam com as mulheres com quem tem um caso durante seus casamentos. Não sei se Helena sabia disso, mas viveu na pele. Um dia ele olhou pra ela depois de fazerem amor com o ar de despedida que nunca esteve em seu olhar (ela pressentiu que algo ia mudar) e disse que precisava mudar e fazer as coisas do jeito certo. E seguiu. Dias depois disse que tinha saído de casa e aí ela não entendeu nada. Depois disso discutiram e ele sumiu.
Aos poucos a vida de Helena se arrumou sem ele. Tudo sempre se ajeita. Não é o que dizem ??
(continua)

Nenhum comentário: