26 de dezembro de 2009

Trechos do meu primeiro conto.

Ela nunca achava que tinha dado um passo maior do que deveria. Ao contrário: pensava que sempre devia ir onde suas pernas alcançassem e sua vontade quisesse. Seu desejo era intenso e destemido, desde que se percebeu mulher.

Ela não jogava. Não porque não soubesse, mas porque não gostava, não lhe fazia bem. Ele sabia disso.
(...)

Aliás, toda mulher constrói as próprias fantasias, românticas ou não, afinal faz parte dos resquícios da história da humanidade que as mulheres sejam fantasiosas...o que mudou através dos tempos foi a expectativa de vir a realizar esses sonhos de 'Cinderela'. A 'Cinderela' atual não vive em função do príncipe, nem espera encontrá-lo de fato. Ela se tornou emocionalmente mais versátil.


Ela se identificava com ele e isso o tornava especial.

Ele, entretanto, acometido da ferina objetividade e praticidade do sexo masculino, disse que ela se emocionava demais...e nisso perdeu boa parte do encanto.

Palavras. Começam e encerram muitas coisas.

Talvez ele tivesse razão, entretanto ela acreditava que é assim que a vida realmente vale, quando se é capaz de sentir emoção naquilo que se vive.
(...)
É muito bom quando não se perde tempo acreditando em falsas verdades, então está tudo muito bem ! Ela saía dessa estória mais adulta, sem ressentimento ou nada que dê trabalho... isso tornava tudo mais fácil para ambos.
Depois disso o casal ainda se reencontrou algumas vezes, sem que nunca tenham se encontrado realmente...ainda aconteceu uma atmosfera mágica, detalhes que fizeram a diferença: uma noite estrelada, um desejo intenso, o ritmo do CD de Santana.
(...)
Na última vez em que ele a procurou ela não se sentiu tentada a vê-lo...o cheiro, a química, o clima de antes...acabou. Ele não sabe disso, talvez o ego dele seja autoconfiante demais para alimentar esse tipo de suposições. E ela? Bem, ela não sentiu a menor vontade de dizer isso a ele ou qualquer outra coisa.
(SSA, 2000)

Rapidinha

Não é muito comum perceber a sede de entrega num mundo onde todo mundo quer ficar, se curtir, se pegar ou coisa semelhante...Não me importa ! Eu nunca quis ser igual às outras mesmo.(rs)
O tempo tanto alimenta, quanto afugenta expectativas de paixões.

Há tempos desejei a alguém, hoje desejo a todos.

Os verbetes abaixo eu elaborei no cartão de naiversário de um amigo-confrade há alguns anos.
Hoje revisitei o texto e desjeo a todos em 2010:

AMIZADE
Sempre, para qualquer coisa e a qualquer hora. Desejo que você acorde todos os dias de sua vida com plena consciência dos amigos que conquistou ao longo da vida e do quão importantes eles foram, são e serão na sua existência. Que haja sempre um deles para lhe consolar ou animar, dividir uma dor ou uma alegria, escutar um novo sonho ou descoberta, discutir a vida, tomar uma boa e descompromissada cerveja, falar de futebol/mulher/carro/afins, te surpreender com conselhos...e que também você seja procurado por amigos em busca de ouvir seus conselhos, receber um abraço de alento, contar um segredo, uma vitória ou mesmo uma desilusão...
 
AMOR
Já cantaram: “é impossível ser feliz sozinho...”, já disseram “só os covardes não amam”, já temeram: “será preciso ficar só pra se viver ?”. Eu recomendo: pelo menos uma vez na vida (se permita) /experimente viver o Amor de verdade. E que dê tudo certo ... faço votos de que vc encontre e conquiste uma mulher bem real (pq não existe a príncipe/princesa encantado(a) para ser só seu/sua e você dela e que consigam seguir em harmonia um só caminho. E que até esse dia, você saiba procurar, seguindo o destino que o seu arbítrio construir.

DINHEIRO E REALIZAÇÃO PESSOAL
Que essas duas coisas andem juntas e que você entenda o quanto antes (se é que já não tem essa percepção...) que pouco vale o dinheiro, se não fazemos o que nos faz bem. Não vou, contudo, subestimá-lo: na vida real, realização pessoal, por si só, não basta... muitas vezes o dinheiro é um meio de chegar a ela. Por isso, eu desejo que você saiba aliar essas coisas.


Não, não falei de religião... falei de fé; Seja em Deus, seja na Vida ou simplesmente em você mesmo. Fé é essencial para seguir adiante em qualquer caminhada.A fé é a luz que guia.

SAÚDE
Sem isso nada adianta. E esse desejo eu dirijo a vocês e a todos aqueles que você ama, em especial sua família. Porque, sem dúvida, a saúde daqueles que amamos é também uma benção para nós e essencial a nossa felicidade.
 
HUMILDADE
Não porque você não a tenha, mas para que a mantenha. Isso lhe fará sempre um pouco melhor do que é.
PAZ
Porque quando estamos em paz é mais fácil SER VERDADEIRAMENTE FELIZ e fazer bem a tudo que está a nossa volta.
 
PRAZER

Via de regra, os homens costumam resumi-las a: mulher, futebol e dinheiro. Se for assim, que assim seja.
Na minha opinião, seriam as coisas simples, muitas vezes ‘mundanas’, efêmeras, algumas até bem fúteis, que, contudo, dão imenso prazer, alegria, contentamento. É bom pra sair da rotina, pra se descobrir ainda jovem, vivo e reabastecer o corpo e a mente para a vida real...

SONHOS & OPORTUNIDADES
Que graça tem a vida se não estivermos sempre sonhando ?! Por isso, eu desejo que você sonhe e que seus sonhos lhe alimentem a alma. E desejo, ainda, que, por sorte ou empenho, cada sonho seu tenha ao menos uma chance de se tornar real e que você tenha noção dessas ocasiões capazes de mudar a sua vida.


 
foto da web

22 de dezembro de 2009

Verão em Salvador - liberdade ?


Chegou o verão, tempo de corpos quentes, suados e ávidos por pegação (ou não?).


No fundo esse é apenas um clichê dos países abaixo do Equador, muito utilizado no Brasil e mais ainda nas cidades banhadas pelo mar. E com certeza se aplica a Salvador, Bahia.


A combinação mar e sol traz implícito um convite à diversão, em todos os sentidos. Se acrescentar axé music, pagode e ains, a coisa fica um tanto mais quente. Com uns goles de cerveja, então, ...é melhor relaxar porque ninguém segura !
É comum nessa época do ano as pessoas se sentirem obrigadas a sorrir, a expor seus corpos e tomar sol. Em Salvador, a gente se sente meio obrigado a se sentir feliz, sexualmente ativo e com grana pra estar em dezenas de festas por semana (ás vezes mais de uma por dia.).

Esse clichê do verão baiano atinge sobretudo adolescentes, solteiros e solteiras emocionalmente disponíveis, narcisistas e acometidos pela síndrome de "peter pan".
(In)felizmente, há muito mais nesse mundo do que sol, mar, cerveja, axé music e beijo na boca sem compromisso.

Depois de muitos verões assim, no ritmo frenético da capital baiana, "tomada" por todos esses clichês, a pessoa que vos escreve é um ser livre para se sentir como quiser e fazer o que bem entender na cidade do sol e axé. E acreditem: é muito divertido !!

E quem é você no verão de Salvador ?
*

9 de dezembro de 2009

Fotografia - um caso à parte



A imagem acima (tão linda que parece imaginária) ganhou o concurso de fotografia digital promovido pelo site  PhotoRadar -  veja notícia .
Vendo agora há pouco a notícia sobre o resultado do concurso, me dei conta de que nunca falei aqui sobre meu flerte com a fotografia...

Desde criança eu gosto de fotografia. Meu pai tinha uma câmera semi-profissional, linda, meio prata , meio preta, e por várias vezes fotografou a mim e meu irmão com ela. Naquele tempo usava-se filtros coloridos para dar efeito às fotos e era comum tranformar fotos em poster. Ele tinha vários acessórios, inclusive, tripé,
Duas fotos que meu pai tirou de mim ainda bem pequena ele tranformou em poster. Uma delas estragou e era a minha preferida: eu de gorro de lã bege, num close, numa visita do Papa ao Brasil (salvo engano em Salvador, mesmo). Era linda a foto...
A outra, eu sentada numa árvore (nem me perguntem como tiveram coragem de me deixar lá pra tirar a foto - rs); dessa foram feitos 2 poster´s e um deles está hoje no meu quarto. Aquele imagem reteve no tempo um pouco da minha infância, do amor dos meus pais e de um felicidade inocente e sem pretensões de que só crianças são capazes.
Eram momentos muito especiais e eu consigo lembrar deles, mesmo que vagamente, ao ver as fotos. Consigo "ouvir" as risadas minhas e de meu irmão enquanto meu pai observava a gente. Aquelas fotos eram um jeito dele entregar o tempo dele à família e demonstrar amor.
Fotografia pra mim é a mágica de reter uma imagem e suas traduções e efeitos. É também fetiche, uma demonstração de atenção e uma terapia.
Terapêutico porque desliga minha mente do mundo e dos pensamentos, mesmo os mais repetitivos ou tensos. Concentrar-se na imagem e no que se acha belo ou interessante me faz viajar tanto quanto uma leitura.
Fetichista porque algumas imagens levam à criatividade, provocam o imaginário e evocam desejos e sensações.
Sentimental porque uma imagem pode ser interpretada de muitas formas e produzir sensações diferentes, assim como essa interpretação ou sensação pode mudar no decorrer do tempo. O que hoje parece um espelho, no futuro lembrará a juventude; a imagem de hoje será a razão visível da saudade que surgirá no futuro. (Meu álbum "dias felizes" me mostra isso.)
Divertido porque é um hobby e uma paixão que fica mais intensa a cada dia.
E fotografar é também um carinho, quando feita espontaneamente ou por´prazer. Apeende-se uma imagem para mostrar a alguém algo d enovo ou de belo ou para mostrar comos e vê os detalehs desta pessoa. Quando fotografo alguém de quem gosto ou quero apreender aquela imagem e torná-la eterna, emmso que seja apena spra mim, ou quero mostar o quanto sou capaz de observar esse alguém sem nenhuma outra pretensão a não ser a atenção a seus detalhes....pode ser um riso, um olhar, um jeito de pegar os objetos, as mãos, os pés...o fotógrafo, profissional ou não (neste caso até é melhor que nãos eja profissional) faz do fotografado o único ou principal foco da sua atenção, do seu olhar e isso é muito raro nos dias de hoje.
Eu comecei com as descartáveis. Depois, veio a minha primeira cãmera; meus pais me deram quando eu tinha entre 10/12 anos e era uma Yashica azul. depois tive uma Nikon que não rpecisava rebobinar e fazia ajuste de foco automático e com uma lente melhor. 
A primeira digital (que foi a mais querida) foi uma Samsung. Minha frustração foi uma Sony dada com MUITO amor. Depois descobri a praticidade e a multiplicidade de clicks com a câmera cybershot do meu Sony Ericsson, depois do cartão de 1 giga, claro.
Agora meu encontro é com "Valentina", o nome com que batizei minha Nikon P 90, que não é uma profissional e ainda não foi totalmente dominada, mas tem me proporcionado ótimos momentos.

Ainda não sou boa o suficiente pra pensar em fotografia como meio de sobrevivência, mas sempre foi algo de que gostei e hoje é algo que faz a minha vida melhor, me acalma, me esvazia a mente e rende boas conversas e muito interesse.