27 de fevereiro de 2009

Pra não dizer que não falei das cinzas

Odeio quarta-feira de cinzas !!
Quem mora em ssa acho q partilha dessa opinião.
A cidade murcha depois do fim do carnaval.Se apaga. É o dia da despedida, não apenas da festa, mas dos amigos que vieram, do paquera q vc encontrou no meio do bloco, do clima de verão frenético que reinava na cidade.
De repente toda a alegria colorida e musical do carnaval dá lugar a um silêncio absurdo, a camarotes sendo desmontados, lixo pelas ruas, lágrimas e abraços no aeroporto...
Por aqui, fim de carnaval é quase reveillon, pois é como se o ano começasse novamente na quinta-feira pós-cinzas.

Então, FELIZ 2009 !!

19 de fevereiro de 2009

Carnavália

Era uma terça-feira de carnaval, ou terça-feira gorda para aqueles que já pularam os tais oitenta carnavais. Em algum lugar da Avenida Sete, e debaixo de um sol escaldante, estavam Guilherme e Fernanda.



Mas não estavam juntos. Eles estavam em lados opostos da rua quando trocaram aquele tipo de olhar que só é possível se trocar no carnaval (vai ver seja essa a razão de sempre ser deflagrado um surto de conjuntivite após a quarta-feira de cinzas). Trocaram gestos, mímicas e palavras mudas, mas não podiam pôr em prática nenhuma dessas promessas, pois entre eles passava o Camaleão.



A vontade cresceu de uma maneira, que Guilherme tentou atravessar o bloco de qualquer jeito. Desistiu na segunda investida quando foi arremessado no chão por um cordeiro com cabelo descolorido e faixa do Bahia Campeão Brasileiro de 88 na cabeça.



A queda não foi tão dolorosa quanto à pisada que ele levou na mão do tênis Mike usado por uma mulher com braços de baiana de acarajé. Guilherme levantou e, para o seu alivio, viu que Fernanda ainda estava do outro lado da rua. O bloco parecia não ter fim e ele quase desistiu de tudo quando um homem-bomba, no sentido esteróidico da palavra, saiu do bloco e partiu para beijar a indefesa Fernanda. Porém, antes de consumar o ato, o fortão foi levado pelo arrastão que tradicionalmente acompanha o Chiclete com Banana. Não só levado, como atropelado, apalpado e pisoteado. O pobre comedor de ferro apanhou mais do que timbau em dia de festa e ficou lá, estirado embaixo do relógio de São Pedro com o seu abadá dilacerado.



Finalmente o Camaleão terminou de passar e tanto Guilherme, quanto Fernanda, aproveitaram o vácuo que geralmente se forma entre os blocos para finalmente carnavalizar a relação deles. Infelizmente, Guilherme não viu o menino do queijo coalho atravessar na frente dele, levando um enorme tropeção. Cair de cara no asfalto não doeu tanto, quanto as brasas que se espalharam pela perna dele.



A dor passou quando aquela mão angelical se estendeu para ele. Guilherme se refez, limpou o rosto e sorriu, mesmo sofrendo com o latejar dos arranhões recém-adquiridos. Eles se aproximaram naquele espaço entre-suvacos e fecharam os olhos. Guilherme os abriu assim que sentiu um cutucão no rim. Era a Policia Militar abrindo caminho para levar dois brigões de ocasião.



Quando Guilherme recuperou o ar, ouviu alguém gritar: “Corujas!”. Achou que era delírio pelo pouco oxigênio do cérebro e só se deu conta dos apuros quando viu os cordeiros do trio de Ivete avançarem para cima dele. Ele foi literalmente atropelado pela comissão de frente do bloco e suas últimas lembranças foram uma pancada na cabeça e os acordes da música “Chupa Toda”, que ficavam cada vez mais distantes. Antes de tudo escurecer ele achou ter visto Fernanda beijando um diretor do bloco, mas acreditou ser apenas uma alucinação. Desmaiou.



Acordou no posto médico, onde uma enfermeira gorda e levemente desdentada falava para ninguém sobre os exageros que esses meninos de hoje em dia cometiam quando colocam as mãos em um lança-perfume. Guilherme olhou no relógio e viu que a meia-noite se aproximava e, com ela, o fim do carnaval (o que é motivo de controvérsias). Vendo que àquela altura Fernanda era um sonho impossível, Guilherme não teve dúvidas: se levantou e, ainda grogue, tascou um beijo momesco na tal enfermeira.



E sejamos francos: valeu a pena. Afinal, era carnaval.

18 de fevereiro de 2009

Carnaval II - Algo de louco no ar...

Morar numa cidade que respira (e transpira) o carnaval gera alguns benefícios e algumas desvantagens, como quase tudo na vida.
Como as vantagens são óbvias, vou me deter na parte menos favorável, que vai muito além da redução dos espaços públicos, invasão das calçadas pelos camarotes e engarrafamentos por causa da montagem da festa; durante o carnaval há algo de louco e confuso permeando o inconsciente coletivo.
O Carnaval funciona como um portal na realidade. Uma pausa no mundo real, no cotidiano, no normal da vida, ou pelo menos é assim que as coisas e pessoas parecem funcionar.
Prazos são adiados, dores são sufocadas, relações são estreitadas ou terminadas...porque vem o carnaval.
É uma tal de "isso só depois do carnaval!" , "aquilo só depois da quarta-feira de cinzas!" e por aí vai...Até se diz que na Bahia o ano só começa d everdade após a quarta-feira de cinzas.
E no carnaval é como se houvesse uma obrigaçãop de estarem todos alegres (pode até não estar feliz, mas TEM que estar alegre), de bem com a vida, de bem com o corpo que vai exibir e com uma grana razoável, afinal há tempos que ir atrás do trio não é de graça.
Assim, na terra onde se faz o maior carnaval do planeta (mais dias, mais pessoas, mais artistas, mais dinheiro) eu acabo sempre meio confusa nessa época do ano. Se estou triste, me sinto uma alienígena; se estou excessivamente alegre, me sinto parte de uma massa alienada. Há uma pressão subliminar tão intensa para a alegria reinar em todos que eu acabo sufocada...
Eh...naquela de "atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu..." rotularam as escolhas em tempo de Carnaval.

11 de fevereiro de 2009

O que os homens querem ?

Em outros tempos a grande dúvid era : o que uma mulher quer ?
Hoje, vivo me perguntando: afinal, o que um homem quer ?

Se você tem tesão demais, assusta e ele quer discutir a relação;
Se tem tesão de menos, ele arruma outra;
Se quer uma relação, ele se sente cobrado, sufocado etc;
Se quer apenas sexo casual, ele resolve dividir problemas com você...
entre outras contradições.

Homem anda se valendo da proporção desleal pra dificultar tudo.

E o número de homossexuais ?? e os bissexuais (a maioria enrustido) ??? Que medo...

HAJA PACIÊNCIA E ESPERANÇA !!!

4 de fevereiro de 2009

Os apelos do desejo, da carência e da curiosidade

Carência, desejo, curiosidade...todos eles ou qualquer deles pode levarnos a cair em tentação ou a cair num esparro.
A carência é o grito de apelo daquilo que não temos, mas gostaríamos de ter. Pode ser carência de sexo, de carinho, de atenção, de companhia.
O desejo é aquilo que nos dá vontade, que cobiçamos, que nos excita, nos move, até. Às vezes, vem com um outro sentimento, às vezes vem só e se exaure sem deixar rastro também.
A curiosidade não faz menos estragos. Ela instiga no caminho do desconhecido mesmo sem uma razão maior para isso. Quantos riscos já não foram assumidos pela simples curiosidade ?

**Ela foi a um encontro por todas essas razões combinadas, o que não le dava um bom motivo sequer. Não queria passar vontade, não queria estar sozinha e foi. Parece simples até acontecer.
Cedeu ao apelo do incorreto, do risco, do frívolo e foi.
Foi, mas não voltou a mesma. Não conseguiu apenas aproveitar, calar o desejo com satisfação. Viu que não tinha o controle da situação: foi controlada por seus instintos e cedeu a eles.
Não cedeu ao outro, cedeu a suas fraquezas Isso a irritava. Essa era sua fragilidade e não era o outro quem havia descoberto isso, mas ela mesma...

Amicum certum in incerta cerni

Feliz de quem tem amigos para todas as horas.
Amigos para horas certas e incertas;
para rir e para chorar;
para ajudar na dieta e para dividir uma gulodice;
para tomar um porre ou para te fazer cair na real;
para estudar e para curtir;
para escrever e para ler você;
para dar presnete e saber sorrir quando recebe um presente.

Feliz de quem tem amigos para todas as horas.

Não os mesmos amigos, pois ninguém é tudo o tempo todo, nem mesmo o melhor amigo.
Amigos loucos e sãos;
amigos que pregam e dão carão;
amigos que casam e te convidam pra almoçar;
amigos que viajam e te mandam postais;
amigos que enlouquecem e te fazer acreditar no impossível;
amigos que te "emprestam" um pouquinho dos filhos, pra você ser tia;
amigos que choram só pra você lembrar que tem colo e do quanto é importante;
amigos que somem, mas sabem como voltar.

Feliz de mim quando lembro dos meus amigos.

Tenho amigas que viajaram o mundo
e amigas que pararam tudo para ser uma família;
amigos que são parte da minha família;
Amigas que me deram sobrinhas;
Amigos que me dão colo e que me pedem colo;
Amigos que suportam TPM, mau-humor e até crise existencial!
e amigos que têm crises existenciais, mau humor e até TPM;
Amigos que falam de TUDO e com quem falo sobre TUDO;
Amigos que me dão coragem,
Amigos que me ensinam a rezar;
Amigos que me puxam pra realidade;
Amigos que aprendi a AMAR;
Amigo que sempre erra no presente
e amigo que eu adoro presentear;
Amigo que é cliente;
Amigo que some, mas parece que sempre esteve presente
e amigo que sempre esteve ao lado;
Amigos que me perdoam e são perdoados;
Amigos problemáticos
eAmigos terapeutizados;
amigos lindos, que eu amo porque existem e estão a meu lado !!

Feliz de quem tem amigos nas horas certas e incertas, mas sobretudo nas horas comuns, onde um amig faz toda a diferença !!

2 de fevereiro de 2009

O diabo atenta...

Ela estava bem feliz e satisfeita por ter se livrado do namorado da vizinha.
Eh...apesar de todo tesão, ela já tinha 30 e já era hora de parar de entrar em casos confusos onde só ganhava as coisas pela metade. Deu um fora cordial ele (do tipo que ninguém se ofende...).
Ao evitar aquela confusão pra sua vida, se encheu de orgulho de si mesma !!!

Uns 20 dias depois, toca o telefone ! Número estranho. Ela não reconheceu, mas atendeu: voz conhecida, mas ela fingiu que não reconheceu...era a figura!!
Conversa mole, etc e tal... e anda fez de conta que estava indignado por ela ter esquecido a voz dele. Pode?!!

Mais do que rápido ela ligou pra "alguém da manutenção", num último recurso para evitar que caísse em tentação...
Será que ela resistiria a mais uma investida ???

AMIGAS S/A

É uma pena que as mulheres tendam a deixar de lado suas individualidades quando estão num relacionamento. Talvez agora que estou nos 30 eu percebaisso mudar.
Amo minhas amigas e quando me permito sair da minha concha para estar com elas, é maravilhoso.
Com elas eu brinco, brigo, fala o que penso (como vem à cabeça), troco segredos e impressões... se num momento parecemos nos lamentar, juntas damos risadas das coisas do viver.
Quem disse que mulheres são sempre rivais?? É assim quando não somos amigas.
Tudo bem, eu não confio um homem a amiga nenhuma (risos), mas especialmente porque eu acho que todos estão sujeitos a armaldilhas dos instintos e fraquezas, não por serem mulheres.
Amo minhas amigas pelo que elas são, pelo que dividem comigo, pelo colo, pelo ombro, pela mão estendida... amo por não desistirem de seus sonhos, por me mostrarem que muitos sonhos são possíveis através de suas próprias vidas. Amo porque elas me fazem acreditar mais em mim e acreditar muito nelas.
Amo cada uma de um jeito diferente e por motivos diferentes. Amar é um jeito de se dar, mas amar com amizade é a melhor forma de fazer isso !!

Odoiá, Iemanjá !!

Salve, Iemanjá nesse dia 02 de fevereiro de 2009.
Aqui na terrinha, o sncretsmo religioso domina as mentes supersticiosas e não importa se você é católico apóstólico romano ou kardecista de carteirinha...fica uma vontade, uma quase-obrigação de reverenciar os pincipais orixás.
Eu revencio porque sou eclética e supersticiosa, mesmo sem fervores. Por isso, a religião me dá algum consolo, alguma esperança, mas não me entorpece, nem me serve de único caminho para a paz.
Às vezes peso que pensar menos seria mais tranquilo. Tudo se explicaria pelos dogmas de uma única religião e pronto, mas minha mente é inquieta demais pra isso.
Mesmo assim, a religiosidade em si me fascina. Os rituais, velas, cânticos, a energia que paira nos templos em que vários se reúnem a pedir e agradecer por coisas boas.
Já participei de várias reuões religiosas e minha afinidade ainda se divide entre o catolicismo e o espiritismo, o que não impede que hoje eu ainda dê um jeito de levar meu presente e reverenciar a orixá rainha das águas salgadas. ODOIÁ !!