28 de janeiro de 2009

A sua solidão é boa ??

Com o tempo, aprendi que a solidão não precisa ser assim tão ruim.
Pra ser honesta, sempre tive mais medo da solidão do que da morte e olha que dizem que só para a morte não há remédio.
Eu temo muito a morte das pessoas que mais amo. É um temor de quem não quer ficar só. A minha morte, nunca temi.
Para mim, o pior que podia me acontecer era a solidão, o não-amor, a não-amizade, o não ser humano, porque pra mim ser humano é gregário.
Ainda acho que essas coisas são muito ruins e doloridas, mas não são consequências ou companheiras inseparáveis da solidão.
Quantos casamentos se constroem com 02 pessoas solitárias ou individualistas que apenas convivem?
Quantas amizades são meras fantasias de companheirismo ou simples simbioses onde um dá e o outro só recebe ?
Quantos se submetem a relações incompletas ou destrutivas apenas por medo de se assumirem sozinhos ?
A pior solidão é a solidão a dois. Alguém disse isso e muitos já viveram essa realidade sufocante.
Descobri, já aos 30, que existe uma solidão que é boa. Algo como um lugar dentro de nós que precisa ser revisitado para sabermos se estamos brigando a nossa luta ou uma luta que inventamos; se ainda há amor ou só costume; se estamos tristes ou apenas pressionados pelas convenções; se temos um amigo ou uma companhia freelancer; se estamos construindo ou destruindo nossos sonhos...
Enfim, existe algo de bom em perder o medo de si mesmo e começar a se desvendar, se conhecer melhor, se tolerar mais, se amar mais. Acredito que isso, sem pieguice, fará de mim alguém melhor e que à medida que eu perder meu medo da solidão eu me torne cada vez mais gregária !!

26 de janeiro de 2009

Hábitos

Uma das piores coisas para homens de 30 anos é retomar hábitos que ficaram esquecidos nos 20. É algo estranho, como combinar em uma refeição qualquer um legítimo escocês e um Big Mac, mesmo tentando convencer ao júri que Mac seja um sobrenome tipicamente escocês.

Por essas e outras que homens de 30 costumam ficar mal-humorados em ensaios de carnaval e se assemelham a animais fora de seu habitat natural quando resolvem re-iniciar o seu PAC pessoal em academias e afins.

O único hábito que não muda, e para o bem da humanidade é bom que não mude mesmo, é aquilo que chamamos de impulso masculino. Ou em português claro, a tentativa desesperada em terminar a noite ao lado de uma mulher.

O que mudam são os meios: aos 20 o homem geralmente ataca em bando, utiliza o corpo como arma de sedução e não dá a mínima para algum padrão de qualidade. Aos 30, ele ataca sozinho, capricha no papo e tende a separar melhor o joio do deus me livre. O que não é melhor, nem pior. Apenas é e fim de papo.

O conto de fadas da segunda idade só termina quando o seu alvo é uma mulher que ainda está na primeira. Aos 20 você está pouco se lixando pro que ela vai falar, até porque você também não tem muito o que dizer. Aos 30, periga ouvir após um beijo caprichado algo do tipo:

- Não é irado a gente se beijando ao som do NX Zero?

Não, mocinhas. Definitivamente não é.

20 de janeiro de 2009

O que você faria se ninguém pudesse te ver fazendo ???

Eh, o título vem mesmo da música do Capital Inicial. E a pergunta do refrão é deliciosa e instigantemente interessante: "o que você faria se ninguém pudesse te ver fazendo ?"
Fico imaginando quantas loucuras e coisas inacreditavelmente lúcidas faríamos sem a preocupação de agradar ou desagradar quem quer que esteja nos observando.
Há pouco tempo viajei a trabalho e passei 03 dias em outra cidade, sozinha, desconhecida por todos. Foi uma sensaçãod e liberdade deliciosa. Não fiz nada que as pessoas que me conhecem não pudessem me ver fazendo, mas me senti livre para escolher o que fazer.
O mais interessante é que essa liberdade de escolha paralisa um pouco...risos. Ou talvez tenha sido a solidão que me paralisou. O que fiz de mais interessante foi sentar sozinha em um bar e beber, conversar com o barman e neste ínterim conhecer um diretor de teatro que já ultrapassou a barreira dos 50 (eu acho) e tinha um papo intelectualmente interessante, mas tentava ser sexualmente atraente e não conseguiu.
No meu cotidiano eu só fui sozinha a um bar uma única vez. Foi uma experiência que classifico como exitosa, mas nunca repeti. Sempre tive receio de ser classificada de "desesperada" ou "solitária". Cheguei em casa realizada, cheia de orgulho de mim por ter rompido essa barreira por uma noite, mas não consegui repetir.
As pessoas do mundo se escondem sob muitas máscaras e algumas delas são incompatíveis com o prazer, a alegria ou a felicidade.
No carnaval, muitos se fantasiam despindo-se das máscaras e fazendo o que dá na telha. Vamos ver o que vai ser esse ano nessa terra de orixás e santos...

"Lost in translation" : curiosidade frustrada

Não resisiti à curiosidade e loquei o filme Encontros e Desencontros.

Na verdade, o diálogo comentado no blog relationship tem outro sentido quando analsiada no contexto da cena. Bem menos profundo, por sinal...

Quanto à alusão feita pela "figura" que mencionei, nada mais que uma menção quase partidária para justificar suas próprias puladas de cerca !!

O filme é lento, tem poucos diáogos , mas mostra Tóquio bem parecida com o mundo ocidental e casais que se formam e depois percebem que não têm muito em comum, mas se mantem juntos mesmo assim.

Engraçado é quando o personagem principal diz que ainda é adolescente no casamento, aprendeu muita coisa, mas ainda tropeça.

Triste uma mulher inteligente que esquece tanto de si mesma, como a personagem feminina principal, que passa noites e dias sem nada fazer porque seguiu viagem acompanhando o marido a trabalho.

Mais triste ainda ver que em certas ocasiões não importa tanto a distãncia física, mas a distância emocional que afasta as pessoas.

E mais: a carência e confusão emocional podem ser o ponto de partida para um encontro aparentemente improvável. "A ocasião faz o ladrão!"

No fim, o filme só não é uma total catástrofe pela inteligência e sensibilidade de alguns poucos diálogos (fala-se pouco no filme), a expressão entendiada de Bill Murray e uma pouca filosofia nascida da madrugada.

16 de janeiro de 2009

Será um sinal ?? (Encontros e Desencontros)

Há uns 2 dias aconteceu uma coisa, no mínimo, curiosa: em um só dia dois eventos me "indicaram" um filme a que nunca assisti. Explico:
- primeiro entrei num blog bem interessante - http://relationchip.com.br/ - e li um post sobre o filme que me fez pensar se escolhemos ou não nos preocuparmos com alguém (o post cita um diálogo do filme e eu amo diálogos inteligentes em filmes, srer sincera colecionei esses diálogos por muito tempo);
- horas depois, ocom alguém que mencionou o mesmo filme para explicar como as mulheres se ocupam dos filhos enquanto são bebês e crianças e neste contexto acaba sobrando para o homem o papel de mero provedor da família e isso faz surgir a necessidade desse homem ocupar-se com outras coisas ou pessoas (?) (esse alguém buscava justificar o próprio egoísmo em relação à família no que se refere ao uso do tempo e da presença).

Eram duas menções interessantes e bem distintas com algo em comum: o filme "Lost intranslations" (Encontros e Desencontros), de 2003. Fiquei curiosíssima...
O mais rápido possível pretendo assisitir e comentar aqui minhas impressões. Será que foi mero acaso ou há algo neste filme que eu precise aprender???

Só na Bahia...



Quem não mora em Salvador não imagina a pressão midiática que existe por aqui nessa época do ano para gastar e curtir o lado profano e carnal da vida.


Não há um percurso pela cidade que não inclua vários outdoors divulgando algum dos vários ensaios que estão sendo feitos.

Aqui a gente ensaia para o que sabe fazer melhor: Carnaval. ok. o nome "ensaio" chega a ser sem-vergonhice (risos).


Nessa época do ano o inconsciente coletivo (e o consciente tb) é bombardeado pela idéia de que é verão, é salvador, tem que se curtir festa ou tem algo errado com você. se esbarramos com um conhecido ao acaso ous e alguém te liga depois de muito tempo, depois do oi, te pergunta logo se vc foi à última lavagem, ensaio ou similar.

É válido mencionar a criatividade dos empresários do Axé para nomes de festas e para fixá-las no calendário das pessoas: Santa Festa, Ensaio, Concentração, Lavagem, Enxaguada, Ensaio Geral, Abre-alas, Trivela, Balada Trip, Sarau do Brown... e quando se percebe o verão começa na primavera e termina depois da quarta-feira de cinzas.

Aqui, verão é mais que uma estação é uma quase-obrigação de ser festeiro, estar solteiro e ter dinheiro... porque já vai longe o tempo em que baiano curtia de graça.


Isso não é uma crítica às festas ou a quem faz do verão uma maratona etílico-sexual, menos ainda a quem aproveita para lucrar com a ânsia de prazer fugas das pessoas... é apenas uma visão diferente de quem está no olho desse furacão, mas nem sempre no mesmo ritmo, seja percussão, axé, pagode
...

E QUE VENHA O CARNAVAL !!

14 de janeiro de 2009

UM FILME PARA PESSOAS COM A SUA IDADE

Quanto mais velho você vai ficando, mais dá importância a coisas sem importância. Por exemplo, a quantidade de gordura trans presente numa bola de sorvete ou a real probabilidade de se ganhar na loteria. O espetáculo do crescimento de cabelos brancos na própria cabeça, então, nem se fala.

Ainda bem que existe o cinema para nos salvar. Principalmente quando você consegue assistir a um belo filme que trata justamente da velhice e de como a gente enche ela de coisas sem importância.

É disso que trata "O Curioso Caso de Benjamim Button". A história de um sujeito que nasce com 80 anos e vai ficando mais moço, até se transformar no Brad Pitt. Assim ele retrata, de uma só vez, dois sonhos do homem moderno: não envelhecer e ser o Brad Pitt.

Diante do impossível restam as lições que fábulas como essa ensinam pra gente. Uma é de que a vida segue o mesmo curso, esteja você envelhecendo ou rejuvenescendo e por isso, deveríamos nos preocupar menos com o passar do tempo, e mais em preenche-lo de uma maneira memorável: com sonhos, descobertas, desafios, e é claro, amor.

Tem uma segunda lição, sobre os nossos preconceitos e de como tratamos pesoas que são diferentes daquilo que definimos como normais, mas nada se compara à terceira lição: a de que só mesmo um filme extraordinário pode compensar o desrespeito a algo sumariamente importante, como a quantidade de sal que andam colocando naqueles baldes de pipoca.



Amor: busca pessoal ou programação "genética" ?



Uma dúvida smepre povoou minha mente inquieta: será que nós, mulheres, focamos quase sempre muito no AMOR (busca, aperfeiçoamento, êxito) po ser um desejo pessoal ou porque através dos tempos isso foi tão imposto ao nosso sexo que deve até ter virado informação genética ??

Algo do tipo: sou mulher, logo tenho que amar!

Os homens não têm essa "obrigação" na vida. Amam quando querem e porque estão no momento de amar. Poucos buscam o amor. Eles buscam o sexo, as partidas de futebol, viagens, dinheiro, sucesso profissional. O amor acontece para eles.

Quer dizer...na verdade o amor simplesmente acontece. Essa é a sistemática ou logísitica do sentimento. Mesmo que busquemos, desejemos e queiramos muito amar e até estejamos conscientemente predispostos a isso (sim, pois não basta querer, o amor precisa de terreno fértil) o amor é como um insight: acontece.

Sem feminismo idiota, acredito que os homens ao longo dos tempos sempre passaram por muitas cobranças de ordem prática, mas poucas cobranças emcionais.

A cobrança por amar ou por ter um amor pode ser sacrificante e exaustiva e quase tão ditatorial quanto a chamada "ditadura do corpo perfeito".

Amar é maravilhoso, tanto quanto ser amada. O mundo fica melhor, até Bush é mais suportável quando se ama, mas isso não se escolhe (feliz ou infelizmente).

Por isso, um novo exercício diário de lucidez para 2009: eu quero e/ou preciso de um amor na minha vida hoje ?

Quanto ao dilema: uma mulher precisa ter um homem ao seu lado para ser bem resolvida ? Isso fica pra outra hora.

Helena e The Guy - parte II

O fato é que depois de uma perda amorosa muito grave Helena ficou mais cética, mais descrente e mais medrosa em relação a amor, paixão e afins do que ela mesma esperava. Seria efeito colateral da idade ??
Aqui vale a pena um à parte: a gravidade da perda é algo muito pessoal; as pessoas deviam entender isso. O luto é talvez a mais pessoal das experiências, seja em que circunstância ocorra. Em geral, as pessoas tendem a simplificar a dor alheia, num ritual automático semelhante ao que ensinam em livros de auto-ajuda. Desistam. Cada um sabe o tamanho e a gravidade da própria dor e ninguém sabe quanto tempo será preciso para superá-la. Ofereça ombro e ouvidos, ofereça um pouco de si quando alguém que você ama sofre, mas não para resumir-lhe a dor ou insistir em frases feitas ou releitura de situações vividas. Isso pode até consolar numa primeira conversa, mas depois pode soar como descaso...
Voltando ao conto... Helena estava trilhando o caminho da dor e da rejeição e inesperadamente esbarra em alguém que à primeira vista lhe desperta encantamento e lhe diz com todas as letras o quanto ela é apaixonante...era um alívio, tal qual inspirar depois de um bom tempo sufocada. Um alívio meio desesperado ou sem planejamento .
À princípio, “The Guy” era um cara livre, em meio a uma separação judicial. Em pouco tempo ele evoluiu para o estado de livre em conflito tendendo a uma reconciliação ...e dali a voltar pra casa demorou pouco mais de um mês.
Helena não podia acreditar!! Que p. azar!!
Apesar de começar a perceber que, a despeito do estado civil ,“The Guy” não era o tipo de pessoa com quem ela gostaria de se envolver (egoísta, autoritário, autocentrado, materialista e com disposição sexual mediana, assim como seu pênis - q era quase isso) ela não conseguia deixá-lo.
Por outro lad, ELE, apesar de dizer que queria tentar um relacionamento de verdade com a ex, não a deixava também. Havia uma cumplicidade surgida da dinâmica em que ele desabafava e ela ouvia que os prendia, além de um tesão muito maior do que a satisfação sexual em si (ao menos para ela).
Era uma coisa confusa e atípica na vida dela, mas era irresistível naquele momento.
E não pensem que foi simples !! cada vez que ela ou ele decidiram tentar um afastamento, foi doloroso para ela. Parecia que quanto mais envolvido ele ficava, mais medo ele tinha e então armava uma discussão em que acabava tudo o que quase tinham, para ressurgir exatamente quando ela começava a se acostumar à ausência.
E a cada reencontro novas loucuras e fantasias dignas de aventueiros paixonados, mas que não se declaravam...ou simplesmente muito tesão mesmo!!
E assim foi caminhando a vida e passando o tempo...eles se viam pouco, ela passou a se entender sozinha, chorava cada vez menos nas “separações” e um dia não chorou. Ficou muito p. da vida, mas não chorou e ate achou melhor!!. E ele voltou.
Ao longo de 01 ano não passaram nem 3 meses sem um encontro, mesmo quando ele pensou em largar tudo por uma antiga paixão e não por ela. Ainda assim, ele voltou.
É preciso dizer que, dentro de si, no auge da sua paixão por ele, Helena guardava a enorme culpa por desejar que aquela família se desmanchasse, mesmo que para ela aquele casamento praticamente não existisse.Ela chegou a perder o sono se achando a mais errada das mulheres. Uma espécie de culpa católica que lhe acometeu como uma catapora. Nesse tempo, chegou a sentir profunda pena da mulher enganada, mesmo sem saber até que ponto havia enganos naquele casamento. Talvez ela fosse justamente o que os mantinha unidos.
Nesse meio-tempo, Helena não deixou de se propor a conhecer outras pessoas, viajar, curtir. Chegou a engatar um romance à distância: intenso e fugaz. Se relacionava paralelamente com outro cara, mas lhe incomodava que “The Guy” fosse uma espécie de dono do pedaço, prioridade ou algo assim. Era com ele que fantasiava.
Por fim, chegou à conclusão que estava com aquele cara sexualmente mediano, emocionalmente prejudicial e intelectualmente charmoso por dois motivos: o medo da solidão inquestionável e o conforto dos desprazeres já conhecidos. Dele viriam dores já conhecidas, que ela já havia superado e aprendido a passar por cima para ter algum prazer. Era pouco, mas parecia seguro. MECANISMOS DE AUTODEFESA DO SER HUMANO COSTUMAM SER CHEIOS DE IDIOSSINCRASIAS E TEORIAS MALUCAS !! Ele fazia parte da terapia pra superar o luto, mas ás vezes era nocivo (o remédio pode ser veneno!) e minava sua auto-estima ou tentava manipular seus pensamentos e atitudes em algum discurso onde ele era o centro das atenções e só emanva verdades. Afinal, quem esse cara pensa que é ??!!
Um dia ela estava triste e ele ligou e antes de atender ela já sabia que a voz dele não bastava e que ele não lhe diria nada que aplacasse a sua angústia ou tristeza.
Nesse dia, percebeu que o fim já havia começado. Ele estava prestes a se tornar mais um na multidão ...

12 de janeiro de 2009

" Quem conta um conto, aumenta um ponto"

Helena mantem um quase-caso, quase-amizade, com um cara casado.
Helena está na faixa dos 30 e esse cara tem uns poucos anos a mais que ela. Se conheceram totalmente ao acaso, numa noite onde ela nem queria sair, mas tinha ganhos uns ingressos pra um show e queria sair da fase ermitã, então foi ! Quando ela contou os diálogos e o ritmo das coisas quando se conheceram, amigas soltaram um longo suspiro...
Os olhares deles se encontraram ao acaso e eles trocaram olhares muito tempo sob uma lua linda até que ele fosse apresentado a ela. Ele soube como chegar a um ponto dela que estava esquecido: o tesão intelectual. Não que ele não fosse bonito. Ela acha ele muito atraente, desde o início, mas a “lábia” ou o papo dele sempre lhe seduziram mais... mesmo que naquela noite ele tenha terminado por se anunciar um grande esparro; estava separado há pouco tempo, tinha feito vasectomia e a ex-esposa queria “foder” financeiramente com ele. Pra completar, essa ex estava por lá e depois de flertarem a noite toda , Helena já não agüentava mais esperar por um beijo e o máximo que havia conseguido até então eram elogios, sorrisos, olhares que despem e mãos que se experimentam...
- eh, acho que vou ficar mais longe, pelo menos a gente namora com os olhos...
- princesa, eu tô louco de vontade de te beijar, mas minha ex está na nossa direção e se eu fizer isso ela vai descontar na minha relação com as crianças (etc, etc.)
- sei... paciência...
- Posso te propor uma coisa bem 3ª série ??
Bem, a tal proposta terminou em vários beijos num lugar menos visível. E a noite terminou numa longa conversa por telefone...talvez uma das mais longas que ela já havia tido...onde ele se mostrou confuso, indeciso, deliciosamente apaixonante...
Daí por diante, ele era o cara errado que fazia tudo certo e eles eram duas pessoas quase no cio, adiando sempre a hora de saciarem aquele desejo todo. Pra ser sincera, dizia ela, o sexo não é o que mais me atrai e desde o início não foi nada de espetacular. Ele me atrai porque é homem, porque tem pegada, cheiro e jeito de homem.
Na verdade, Helena passava por um luto, depois de uma perda amorosa e aquela relação que aos poucos foi se mostrando inviável, impossível e improvável era seu refúgio contra a idéia de solidão que a atormentava. Ela fingia pra si mesma que tinha alguém na sua vida e foi, aos poucos, controlando sua paixão, até tornar-se a mais conveniente das amantes.
Helena tinha outro problema: não tinha nascido pra ser amante, então era inato nela o impulso de cobrar algumas coisas e mais: era generosa demais com o outro e pouco ou quase nada consigo mesma. Ela se tornou grande amiga dele e ele mal sabia a cor dos olhos dela.
Com o tempo vieram as tentativas de terminar tudo e fazer o que era certo. Ele tentou uma, duas, três, quatro vezes. A cada tentativa ela sentia menos dor, insistia menos...sabia que aquele era oc aminho natural das coisas. Aí, quando tudo parecia quieto e definido ele voltava, num telefonema, num diálogo mais quente, num encontro. E pronto !! Lá estava ela de novo!! Aí foi a vez dela tentar. Também não deu certo. No entanto, cada tentativa tornava mais racional e mais fraco o que ela sentia por aquele homem egoísta, individualista e indeciso entre ser um homem de família ou um playboy conquistador !!
Era quando ele parecia mais próximo e doce que ele tentava ir embora.
Uma vez eu li que os homens dificilmente ficam com as mulheres com quem tem um caso durante seus casamentos. Não sei se Helena sabia disso, mas viveu na pele. Um dia ele olhou pra ela depois de fazerem amor com o ar de despedida que nunca esteve em seu olhar (ela pressentiu que algo ia mudar) e disse que precisava mudar e fazer as coisas do jeito certo. E seguiu. Dias depois disse que tinha saído de casa e aí ela não entendeu nada. Depois disso discutiram e ele sumiu.
Aos poucos a vida de Helena se arrumou sem ele. Tudo sempre se ajeita. Não é o que dizem ??
(continua)

Um domingo qualquer...

Breves considerações iniciais: Esse é o começo de uma possível história provavelmente casual. Decidi contar aqui pra ficar mais divertida, já que a ficção é sempre mais interessante que a realidade.
Ela: 30, em plena crise existencial feminina parte 01 (a parte 02 dizem ser aos 40), solteira e procurando. Ele: namorado da vizinha, quase 40, com uma cara safada dessas que se delata e corpinho de 30. Já se conheciam de vista, de outros tempos e aparentemente e não tinham despertado nada um no outro. Eis que um dia encontram-se ao acaso, num show. Foi aí que ...entre um oi tudo bem e um por onde vc anda rolaram uns beijinhos de canto de boca, ...
PAUSA PRA EXPLICAR: Beijo de Canto de Boca = aquele beijo que deveria ser no rosto, mas tem vontade de se RNA boca, então acaba sendo metade de cada, mas serve mesmo pra deixar claro o que se quer e tentar quem recebe a pedir.

... Conversa vai, conversa vem, entre um esbarrão e outro mais olhares, beijo no canto da boca rolou uma certa eletricidade no ar...
Porra, mas ele tem namorada !!! Ok. ELE parecia precisar lembrar disso !! Porque antes de ir embora disse que estaria novamente sozinho no dia seguinte, num outro show e sugeriu que ela fosse...sugeriu e insistiu. Ela não foi. E achou que era melhor assim.
Pulando os encontros casuais que rolaram a seguir. O fato é que ele foi instigando (até na frente da namorada) e ela foi ficando instigada (apesar da namorada)...Uma amiga deu um jeito e passou o tel dela pra ele. Uma semana depois e ...nada. Ok. Foi melhor assim, pensou ela. Confusão e desencontro meu passado já tem o bastante.
Era domingo, dia em que quase nunca acontece quase nada e ela estava tomada por um mau-humor digno de uma solteira entediada...parecia até TPM. Passou por ele e a namorada...fingiu que não viu. Menos de meia-hora depois o celular tocou. Internamente tinha certeza de que seria ele. (os safados são mais previsíveis e o contato visual pode ser instigador, mas ela jurava que ele não a tinha visto). Pois é tocou, mas desistiu antes de ela atender. Ela retornou, deu caixa postal.
Caixa postal de celular é irritante em qualquer situação.
Mais tarde, ele ligou de novo. Ela atendeu, com voz de travesseiro (que era onde ela estava). Ele nem se identificou (autoconfiante demais), perguntou admirado se ela estava dormindo e ao saber que não, foi logo dizendo, meio queixoso (longe de ganhar um Oscar!), que ela não tinha falado com ele... ela disse que parecia uma DR (discussão de relação) e ela não quis interromper (parecia mesmo!!). Ele quis logo saber o que ela iria fazer naquele resto de dia...ela disse que não sabia, mas sabia que ia sair de casa... ele pediu que ela ligasse quando fosse sair, talvez pudessem marcar alguma coisa.
Resumo do domingo: ela ligou, ele atendeu, mas nem conversaram muito, nem saíram, o que fez a eletricidade permanecer no ar, mas o tornou menos interessante para ela. Ficaram de se falar durante a semana. Ela gravou o nome dele e ao lado escreveu PERIGO! Assim mesmo, com exclamação. Talvez delete, talvez arrisque... pelo menos o domingo não passou em branco.
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e ter vergonha de ser honesto.” Rui Barbosa

QUEM SOU EU; quem é você ? ou Recomeçar

Já fui ao Bonfim atrás de benção e a cartomantes atrás de previsões; já paguei promessas e acreditei em juramentos quebrados; já amei e fui amada ao mesmo tempo; já me apaixonei e já achei que estava apaixonada sem estar; ainda penso em ser escritora, mãe, esposa e sei já sou mulher, filha, profissional, tia e Amiga e já fui criança, menina, virgem, mocinha, mais complicada, mais louca, mais certinha, já fui mais e já fui menos ; já fui madrinha de alguns casamentos e de uma criança; passei réveillons em silêncio e na balbúrdia; já levei presentes a Iemanjá e comi caruru de São Cosme e de Santa Bárbara; já cantei pra Santo Antônio e já tomei muitos passes espíritas; já chorei a perda de pessoas vivas e mortas; já vivi o luto de uma relação e achei que fosse eu mesma morrer; já tomei muito banho de descarrego e larguei pelo mundo algumas culpas; já andei de mãos dadas com a morte e com a vida; já tive medo de mim e dos outros (principalmente da vida); já briguei com Deus e fiz as pazes; já me senti a mais só das criaturas, mas também já me senti sufocada pela presença de gente querida; já quis casar; já pulei atrás do trio várias vezes e em alguns carnavais quis ficar quietinha; já chorei em nascimentos, casamentos, enterros e especiais de Roberto Carlos...

Essas e tantas outras coisas que fiz, senti ou vivi são minhas experiências e fazem parte de mim, mas não resumem o que eu sou.

SOU, NA VERDADE O QUE FIZ DESSAS COISAS DENTRO DE MIM. E agora, sou alguém que vive um pós-guerra dentro de si mesma. Sabe quando um país é todo devastado e do vazio é preciso reconstruir essa nação ? sabe quando falam em "ressurgir das próprias cinzas, tal qual Fênix" ? Pois é isso.

Depois da perda, vem o luto e depois dele o vazio que dá espaço à reconstrução, ao recomeço. Hora de se sentir como uma folha em branco antes do poema, um terreno antes da construção, uma alma esvaziada que busca recompor-se e reintegrar-se para novamente sentir-se existindo de fato.

Esse recomeço pode ser experimental apenas, mas para uma alma inquieta e pensante ele pode ser árduo. Para alguém ansioso, ele pode ser urgente. Mas de tudo que há na Bíblia, eu acredito bastante na passagem que diz "há um tempo pra tudo debaixo dos céus". Ou pelo menos tento apreender isso desde sempre, tanto para levantar, quanto para continuar de pé.

Odeio me sentir só, me sentir vazia, me sentir inquieta como agora. Ficam bornulhando dentro de mim idéiais de como fazer esse vazio angustiante ser preenchido ou como ignorá-lo. Parece que mais do que nunca preciso de espaço; de um horizonte largo, de poucas paredes e nenhuma porta...a vontade da minha alma é poder correr livre, descalça, num campo aberto depois da chuva, enchendo os pulmões de ar e deixando que o silêncio preencha parte desse vazio; a parte mais urgente. Meu corpo e meu coração é que não calam, não me deixam em paz...tem mania de querer voar, mesmo sabendo que é mais seguro manter os pés no chão.

11 de janeiro de 2009

ps: Lobos tb mordem iscas !! (aliás, Chapeuzinho já havia ensinado isso).

Era um vez ...um LOBO!!

Pois é...um Lobo, com cara de lobo e jeito de lobo, anda rondando uma mulher. Os lobos, como se sabe, querem...comer !!! É assim, mesmo no conto de fadas.
Será que lobos, ariscos e rebeldes por natureza, são domados ou se aquietam antes de perderem os dentes ??? Ou será que morrem solitários quando já não têm função social na matilha ??
O fato é que nem sempre se quer ou se consegue fugir de um lobo.
Às vezes, uma mulher precisa de um lobo; de olhos que devoram, mãos que apertam e cheiro que inebria...um lobo desses que tira a roupa de uma mulher num olhar, diz o que quer sem dizer nada e faz uma mulher esquecer o que devia querer, para querer apenas o que quer !!!
Pena que não costuma existir lobo bom...eles vem, nos fazem presa (alguns nos viciam) e depois partem em busca de nova presa, comos e fossem vampiros e não lobos. Aliás, acho que é justamente por isso que Hollywood associa lobos e vampiros.
(suspiro)...seria tão bom conhecer um lobo BOM. Ou será que os lobos bonzinhos parecem labradores? vc tem vontade de apertar, cheirar, brincar, mas não despertam nada muito intenso ou eufórico.
"QUEM TEM MEDO DO LOBO MAU, lobo mau, lobo mau ???"

Nascimentos / Uma nova benção pro mundo: Ana Júlia !!

Mais uma amiga deu à luz uma menina, que considero minha sobrinha. Aliás, já são três menininhas na minha vida: Júlia, Beatriz e, agora, Ana Júlia.
Cada um desses nascimentos foi muito especial e me tocaram.
Nascimentos me tocam bastante.
Júlia nasceu numa madrugada entre 23 e 24 de dezembro. Lá pelas 02 da manhã do dia 24. O pai dela, a quem sempre vou agradecer, me ligou tão logo ela nasceu. Logo depois de ouvir, me arrepiei e chorei de emoção. Nascia minha primeira sobrinha, a menininha que tanto esperei, mesmo à distância da mãe dela, amiga mais que querida. Estava havendo uma confraternização aqui em casa e lembro de ter desligado, emocionada, rindo e chorando ao mesmo tempo, espalhando a notícia e agradecendo a Deus.
Só conheci Juju uns 07 meses depois e a primeira visão dela, no berço, dormindo, de vestidinho vermelho...jamais esquecerei. Bastou pousar meus olhos nela pra sentir a mesma emoção da noite de seu nascimento... ela era a bebê mais gordinha, branquinha e linda que eu havia visto. E desde então, ela toca minha alma a cada sorriso, acada vez que corre pra me abraçar, a cada nova descoberta nesse mundo.
Em 2008, nasceu Bia. Eu brincava com a mãe dela, outra grande amiga, dizendo que no dia em que me visse ela ia parir. Essa brincadeira surgiu porque em 02 vezes que fui ao consultório do meu ginecologista, que tb é obstetra, a bolsa d euma grávida estourou enquanto o aguardávamos... Pois bem, eu encontrei Manu quando já estava na cidade para dar à luz, mas sem data certa. Foi um encontro casual no shopping e a única vez que a vi grávida ao vivo...barriga enorme, sorriso bem disposto, linda como só as mães podem ser... peguei na barriga, senti Bia lá dentro e (acreditem !!) pouco depois de nos despedirmos as contrações começaram.
Beatriz nasceu  às vésperas do Carnaval. Fui visitá-la quando tinha quase um mês, mas já a conhecia por foto. Bia já nasceu linda e grande , com jeito de bebê de 02 meses. Bia é cor-de-rosa e risonha...uma bebê muito simpática...de bem com a vida, relax mesmo!! E Manu, que sempre sonhou com a maternidade como eu, tinha no rosto o sorriso mais pleno que eu já vi.
Agora foi a vez de Ana Júlia. Se as outras duas vieram ao mundo quando bem quiseram, Ana Júlia não. Minha amiga não aguentava mais o tamanho e peso da barriga etc e tal e marcou a cesárea.
Ana Júlia teve data certa pra nascer. Fiquei sabendo a data meio ao acaso, pq mina intuição fez ligar pra mãe dela. Na manhã da sexta, dia 09, nasceu AnaJu, em Guanambi. Mais uma vez longe de mim. Foi a avó quem me deu a notícia e foi com ela que eu falei com a voz embargada pelo choro...mais uma vez arrepio e emoção.

Os nascimentos me emocionam pela plenitude que trazem aos pais e pelo susto que imagino ser sair do ventre, quente e protegido, para um mundo enorme e louco.
Rezo por essa meninas, lindas e amadas, que não são minhas, não nasceram d emim, mas tocaram fundo meu coração desde o nascimento.

Rezo para um dia carregar no ventre e nos braços uma meninininha como as minhas sobrinhas, mas se isso não acontecer, elas terão sido o meio que Deus encontrou de me permitir sentir algo parecido com a emoção de ser mãe ou, ao menos, me testar e saber se é isso mesmo que sonho.

7 de janeiro de 2009

Ops...ele só tem 22.

Depois de chegar aos 30 a pessoa acaba sendo forçada a ser mais prática, pelo menos foi assim comigo.

Depois dos festejos de fim de ano, fui a uma festinha e, depois de muita roska e muita cerveja (confesso), conheci um cara bem bonitinho, coisa e tal. A gente trocou uns beijos e o telefone. Dois dias depois, ele me liga e no papo pergunto quantos anos ele tem...22 !!!!!!!!!!
Eu penso comigo: meses sem aparecer ninguém interessante e viável na minha vida e agora de repente me aparece um cara de 22. Pode ser o mais interessante de todos, mas é uma combinação inviável.
Digo mais: em pleno verão soteropolitano isso nem chegará a ser uma combinação !!
Meio sem reação (eu sou péssima pra dar foras), combino de encontrá-lo uns dias depois. Chega o dia e eu arrumo uma desculpa e remarco.
Comigo mesma eu penso: não dá. E não é só a diferença de idade, mas de momento de vida. Ele parece estar começando uma carreira ou coisa parecida , tem 22 e ...bem, tem 22.
Aí, vem uma voz interior completamente insana, temerosa que é a respeito da solidão e me instiga: porque não sair e ouvir um pouco mais sobre o cara?
Reajo: não. Se eu fico sabendo mais, corro o risco de me interessar e na car~encia em que me encontro sou presa fácil a um carinho mais habilidoso.
A voz resmunga: depois reclama que não conhece ninguém...
E fica a dúvida no ar.

2009 chegou !!

Tudo bem que um novo ano é apenas um período de mais 365 dias que vem em continuidade ao último dia do ano anterior, mas não custa aproveitar a mudança de um dígito no final do ano para acreditar que se abrirão novas oportunidades para sermos felizes, teremos novos sonhos ou mais vigor para apostar nos antigos, conheceremos novas pessoas, seremos melhores conosco e com os outros, etc, etc...
Drummond disse em um de seus poemas que é dentro de nós que nasce um ano novinho em folha e estava certo sim. É nossa responsabilidade INOVAR - ser o novo, fazer o novo, imaginar o novo.
Por isso, o que desejo é um ano realmente NOVO.

"primo non nocere"

Se alguém lê isso aqui, deve estar se perguntando: "que porra esse título significa" ??
Bem, o título, em latim, é uma máxima hipocrática que significa "primeiro, não prejudicar". Não seria bom se todas as pessoas pudessem agir movidas por esta máxima ??
No entanto, a impressão que tenho é que os seres ditos humanos , em geral, têm usado a máxima: primeiro não prejudicar A MIM MESMO. E nesse ritmo as decepções, "que não matam, mas fortalecem", acabam criando duras cascas onde se encontram corações machucados pelo individualismo, narcisismo e egoísmo alheios.
Seria bom que púdessemos passar por esta vida acreditando que o amor ao próximo é inato e que somente em último caso um ser humano, magoa, humilha ou machuca de qualquer modo o seu semelhante.
Lamento muito que não seja assim, nem mesmo nos contos de fadas, cheios de vilões, bruxas, madrastas...desde cedo aprendemos que há algo do que nos proteger, nos defender. E o tempo passa e a vida quase sempre mostra que qualquer pessoa é capaz de atacar.