24 de abril de 2010

O cachorro da minha vida


Eu fui uma criança avessa a animais que não coubessem nas minhas mãos e que tivessem dentes capazes de me morder. Por isso, gostava dos filhotes (enquanto eram filhotes) , peixes e pássaros.

Por ironia, na minha infãncia, os únicos animais a que tive algum apego morreram logo; um passáro, uma preá e um filhote de gata vira-latas. Nem cheguei a dar nomes a eles e apesar de certa tristeza quando morreram, não sofri. Em relação a todos havia algum nojo ou agonia. Não sei bem explicar.

Meu irmão adorava todos os animais; cachorros então...

Um dia, meu pai deu a ele uma cocker preta. Na esperança de que eu criasse alguma afeição à bichinha, me deixaram até escolher o nome: Laika. Não adiantou. Eu tinha nervoso, aflição e nojo da convivência com ela, que parecia saber e aprotava várias comigo. Chegou a fazer coco na minha cama. Era uma cadela travessa, grande para o tamanho do apartamento, soltava horrores de pêlos e fedia (sim os cocker´s fedem). No auge do meu desespero, pedi a minha mãe que vendesse ou me deixasse ir morar com meus avós. Hoje vejo que foi um golpe baixo contra meu irmão, mas na época, por mais que me sentisse culpada ao vê-lo sofrer não conseguia suportar a agonia que representava tê-la por perto, até porque ele não tinha maturidade e responsabilidade para lidar com os danos que ela causava.

Foi triste vê-lo perder Laika (ela quase foi devolvida pq era intolerável...). Hoje vejo que isso tirou dele um pouco do amor ou da afeição espontânea por cães ou a vontade de ter um cão. de qyalquer forma, ainda vejo que naquele momento da snossas vidas, Laika foi um presente de grego dado a uma criança que muito a desejava, mas sem idade suficiente para lidar com um animal de estimação e sem consulta prévia a outras pessoas envolvidas na convivência com a cadela.

Eu continuei com muito medo e restrição a cachorros. Eu não comia quase nada em casa onde existisse cachorro; se passava por um tinha medo de ser mordida e não via nenhuma vantagem em ter um.

Até que ZULU chegou a nossa casa e mudou tudo isso. Zulu é o mais lindo poodle toy que eu já vi. Champagne, quase branco, fofo, debgoso desde sempre. Veio a nossa casa como o cachorro de uma ex-cunhada e depois de um mês por lá ninguém, nem mesmo eu, quis que ele fosse embora.

Eu tive várias chances de saber já naquele primeiro mês que ele havia mudado algo em mim: ele vomitou no meu pé e eu limpei sem nojo, além de ficar preocupada com ele; ele comeu uma sandália q eu adorava e eu não achei o fim do mundo. Uma das lembranças daquele fev/2001 foi ele correndo atrás da minha saia quando cheguei da minha festa de formatura (risos).

Uma vez ele bateu na minha perna enquanto a gente corria pela casa e chorou...meu Deus, que desespero!!

Minha mãe se tornou a príncipal responsável por ele e eu a secundária. Quem diria...

Talvez o fato de ele ser toy o torne um eterno filhote, mas o fato é que ele é muito cativante !!

Eu ensinei ele a ver a rua pela janela, se apoiando num cesto, até que um dia ele deixou de precisar do cesto. Até o ano passado, passamos muitas noite dormindo juntos na minha cama. E nos momentos de muita tristeza ele já me acalentou muito, muito mais que os humanos.

Esse ano ele completa 10 anos e agora começaram alguns problemas de saúde que deixam a mim e a minha mãe com muito medo de perdê-lo. Não condigo imaginar a vida sem ele e não suporto vê-lo sofrer.

Ele está sob acompanhamento com um excelente veterinário, com várias recomendações. Depois de mais de 15 dias sem melhora, ele começou a melhorar...é um alívio e um alento. A preocupação continua e o amor e atenção também.

Zulu, sem dúvida alguma, é o cachorro da minha vida !!!

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