21 de abril de 2009

MORTE - alerta de vida

Quem tem medo de morrer ?


Nunca tive medo da minha morte. Talvez por ter enfrentado uma depressão ansiosa. Nunca tive medo mesmo. Descobri cedo que a vida pode ser mortificante...e que tudo depende de como se vive. "É preciso saber viver."


A vida sempre me pareceu mais assustadora, desafiadora e maior que a morte. Era assim em criança, continuou assim na juventude e é assim agora, no início da maturidade.


Para confirmar essa minha "tese" li um texto de Zíbia Gasparetto, escritora espírita e médium (para quem não sabe), onde ela narrava o 'encontro' com um espírito há muito desencarnado que estava prestes a reencarnar e estava completamente apavorado.


Se existe essa história de desencarnar e reencarnar, deve ser amedrontador mesmo voltar a este mundo onde estamos.


O que sempre me assustou foi a idéia da morte de pessoas queridas e isso ainda me assusta muito. Perder alguém querido remete de alguma forma a meu medo da solidão e é meu pior pesadelo.


No fundo, o maior efeito da morte, além da saudade, é provocar o questionameno da vida. A morte de alguém e a dor dos que ficam me faz pensar no que eu estou fazendo da minha vida, no que ainda é possível fazer dela e no quanto são insignificantes alguns sentimentos que nosso ego engrandece e alimenta.


Essa semana, a dor d eum amigo me fez dolorida. A impotência diante da razão do sofrimento dele me deu um certo desespero, angústia...de repente, queria que ele fosse uma criança e que ao colocaá-lo no colo e vê-lo adormecer eu tivesse a nítida impressão de ter calado o que lhe trazia lágrimas. É tão difícil ver alguém que se ama sofrer... mais ainda quando nos deixamos inundar pela dor do próximo. Quis colocar esse meu amigo de 31 anos no meu colo e cuidar como se fosse uma criança ou um pássaro de asas feridas. Num abraço, quis calar a dor do luto dele. Essa dor seca e corrosiva que marca a nossa alma, de maneira boa ou má.


Não pude. E me dei conta de que o amor tem limites, assim como a vida.


Essa semana, me dei conta de que a vida pode ser mais leve e que nossa grande missão é torná-la mais fácil e mais simples de viver, mesmo que o nosso ego teime em dramatizar tanto o que nos acontece.

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