29 de abril de 2009
PERNIL INFLAMADO
Eu sabia que mais cedo ou mais tarde isso ia acabar acontecendo. Haveria de chegar o dia em que os porcos iriam cansar de serem sempre a lama, o sujo, o bacon e, na pior das hipóteses, a metáfora para homens de pouco caráter.
Nenhum ser vivo consegue chafurdar em paz por tanto tempo, sendo comparado o tempo todo com pessoas sem higiene, conquistadores cafajestes, e principalmente, congressistas brasileiros. Talvez tenha sido esse o golpe de misericórdia. Afinal, porco nenhum no mundo legisla em causa própria, cria CPIs de faz-de-conta ou leva a sogra pros EUA com o dinheiro dos outros. É lama demais para o caminhãozinho deles.
O resultado está aí. Os porcos resolveram se vingar e como não possuem armas à laser ou advogados, apelaram para a menor e mais letal forma de destruição do planeta: um vírus. E da gripe. Com isso, os suínos criaram um pandemônio, que já, já passa em um cartório qualquer e muda o nome para pandemia.
Agora o homem que se resolva. Que crie anti-corpos, ou anti-porcos, para salvar a sua pele e aprender de uma vez por todas que a porca torce o rabo exatamente para a nossa presença e presunção. Aliás, existe um ditado que toda vovó-porco ensina, com razão, aos seus netos-porquinhos:
Onde os homens se misturam, o farelo some.
21 de abril de 2009
Ele não estava TÃO afim dela
MORTE - alerta de vida
Nunca tive medo da minha morte. Talvez por ter enfrentado uma depressão ansiosa. Nunca tive medo mesmo. Descobri cedo que a vida pode ser mortificante...e que tudo depende de como se vive. "É preciso saber viver."
A vida sempre me pareceu mais assustadora, desafiadora e maior que a morte. Era assim em criança, continuou assim na juventude e é assim agora, no início da maturidade.
Para confirmar essa minha "tese" li um texto de Zíbia Gasparetto, escritora espírita e médium (para quem não sabe), onde ela narrava o 'encontro' com um espírito há muito desencarnado que estava prestes a reencarnar e estava completamente apavorado.
Se existe essa história de desencarnar e reencarnar, deve ser amedrontador mesmo voltar a este mundo onde estamos.
O que sempre me assustou foi a idéia da morte de pessoas queridas e isso ainda me assusta muito. Perder alguém querido remete de alguma forma a meu medo da solidão e é meu pior pesadelo.
No fundo, o maior efeito da morte, além da saudade, é provocar o questionameno da vida. A morte de alguém e a dor dos que ficam me faz pensar no que eu estou fazendo da minha vida, no que ainda é possível fazer dela e no quanto são insignificantes alguns sentimentos que nosso ego engrandece e alimenta.
Essa semana, a dor d eum amigo me fez dolorida. A impotência diante da razão do sofrimento dele me deu um certo desespero, angústia...de repente, queria que ele fosse uma criança e que ao colocaá-lo no colo e vê-lo adormecer eu tivesse a nítida impressão de ter calado o que lhe trazia lágrimas. É tão difícil ver alguém que se ama sofrer... mais ainda quando nos deixamos inundar pela dor do próximo. Quis colocar esse meu amigo de 31 anos no meu colo e cuidar como se fosse uma criança ou um pássaro de asas feridas. Num abraço, quis calar a dor do luto dele. Essa dor seca e corrosiva que marca a nossa alma, de maneira boa ou má.
Não pude. E me dei conta de que o amor tem limites, assim como a vida.
Essa semana, me dei conta de que a vida pode ser mais leve e que nossa grande missão é torná-la mais fácil e mais simples de viver, mesmo que o nosso ego teime em dramatizar tanto o que nos acontece.
14 de abril de 2009
Pensamentos soltos I
** Manias **
13 de abril de 2009
Utilidade Pública - reportagem da ÉPOCA sobre violência contra a mulher
Vale a pena ler, nem que seja para saber o que acontece com as mulheres, o que fazer se uma amiga ou conhecida lhe procurar com o problema ou simplesmente para agradecer por não fazer parte dessa estatística pavorosa e revoltante.
9 de abril de 2009
"Ele não está TÃO afim de você !"
Assisti ao filme Ele não está tão afim de você , baseado em livro homônimo, e amei !!
As histórias de amor, exceto a dos personagens de Ben Affleck e Jennifer Aniston, não são nada de muito especial ou comovente, mas a essência do filme é ótima !! Inclusive porque põe em perspectiva questionamentos e comportamentos femininos e masculinos.
Uma das questões que o roteiro traz à tona é a "programação subliminar" feita durante a educação feminina, que nos faz crescer com a idéia fixa de que é preciso viver um grande amor e nos faz procurar desculpas bem esfarrapadas para insistir em algumas tentativas notoriamente vãs.
Muitas vezes, o que deveríamos ter dito a nós mesmas era apenas: ele não está tão afim de mim (seja tanto quanto eu gostaria ou tanto quanto eu preciso ou tanto quanto eu mereço) e encerrar o assunto. E é oq ue deveríamos dizer, sem problemas, a uma amiga que esteja numa situação similar, mas não... vivemos insistindo em erros, em furadas, em caras que não dão o tratamento que merecemos, não têm os mesmos valores que temos ou dão importância diferente às coisas e gestos.
ELE NÃO ESTÁ AFIM DE VOCÊ. Pronto !! Isso termina com o quase, com o talvez e com o se; termina também com a espera, com a perda de tempo e energia inúteis. Isso põe a fila pra andar !!
E se ele não está afim, outro vai estar, em algum momento, desde que você não fique marcando passo com o carra errado, e errado é o cara que não está afim, que não lhe trata direito, não sabe lhe valorizar ou que é emocionalmente tóxico a você.
Pode sair do lado do telefone, pode aceitar aquele convite da amiga para ir dançar, pode agendar auqela viagem do verão e comprar até o bloco do carnaval: ele não está afim.
Pode parar de se achar errada ou de montar estratagemos aburdos: ele simplesmente não tá afim. isso não tem necessariamente relação com a sua personalidade, seu corpo ou seu cabelo. Ele apenas não está afim.
Sei que parece simplista demais falar assim, mas na verdade a coisa é bem mais simples do que nós mulheres gostaríamos ou costumamos enxergar. Tendemos a florear , romantizar ou dramatizar as coisas, para dar mais importância às nossas experiências do que eleas realmente têm ou para dar mais cor aos nossos dias.
7 de abril de 2009
O PÚRPURA DOS DENTES
Me tenham como exemplo.
Na semana passada fui a uma consulta de rotina, daquelas em que não se espera nada mais do que babadores, sugadores e camadas estratosféricas de flúor. Para a minha surpresa havia algo mais: uma dentista. E que dentista. Uma mulher linda, linda mesmo, dona de uma beleza amedrontadora.
Entre o medo e a surpresa, duas coisas me chamaram a atenção: o seu sorriso fácil, que contrariava qualquer teoria sobre casas de ferreiro e espetos de pau, e a blusa decotada que ela usava por baixo do jaleco. Aliás, decotes lembram bocas escancaradamente sorridentes.
Entrei em pânico ao pensar que aquela mulher iria se debruçar sobre mim. Pensei também em algemas, vinho tinto e leite condensado. Relaxei. Olhei para o decote e devolvi o sorriso. Ela tocou meu rosto, meus lábios e se aproximou. Fechei os olhos e esperei pelo clímax.
Aí veio o barulhinho da broca. E juro a vocês: nem pensando em gêmeos siameses gordos e suados um homem consegue brochar tão rápido.