1 de março de 2009

Podia ter sido um "amor" de carnaval ...

Terça-feira de carnaval, o dia mais cheio do carnaval de Salvador/Bahia. Em Ondina (quase final do percurso dos blocos)... ele a surpreendeu gritando seu nome à beira da corda enquanto ela comprava uma cerveja com uma vendedora ambulante.
Do chamado seguiu-se um abraço de carnaval, um oi...uma efusão de alegria no meio daquela energia carnavalesca e ele a surpreendeu com um beijo antes que ela inicasse qualquer papo rápido e trivial.
Não se conheceram ali. Na verdade não se conheciam, apenas tinham sido apresnetados há quase 01 ano antes e a afinidade dos sorrisos e olhares do 1o. dia de tornou algo velado que nunca havia ido além de telefonemas esparsos dados por ele e algumas mensagens também esparsar no orkut.
Foi diferente.
O BEIJO - sabe o tipo de beijo que faz o mundo para ao redor ? parece até que vc cheirou lança-perfume, porque só entorpecente pra calar um trio elétrico...naquele momento só existia aquele beijo, aquela língua, aquele abraço ...no meio de tanta música e outros sons misturados, ela ouviu o silêncio.

E depois do beijo, seguiram-se sorrisos cúmplices e silenciosos. Talvez uma vontade de não largar mais aquele abraço que a fez tão protegida no meio de tantas mil pessoas, tnto pelo tamanho dos braços quanto pelo abraçar.

Para quem nao sabe, a regra dos abadás, das cordas, dos blocos não permite que encontros assim se prolonguem, exceto em caso de algumas renúncias nem pensadas na rapidez desses encontros. O som voltou, os apelos da festa voltaram, o trio seguia "tocando e puxando a corda", uma amiga chamou, ele não sugeriu q ela ficasse, ela não pensou em sair...se beijaram um pouco mais e se despediram. Era terça de carnaval, dia da catarse final na folia de Momo.


Ela seguiu curtindo a banda, as amigas, o fim do carnaval e o gosto daquele beijo. Não queria nenhum outro beijo que pudesse tirar aquele gosto...

No dia seguinte, na quarta de cinzas, onde o fim da festa gera certa confusão mental generalizada, se encontraram e a química se mostrou intensa e explosiva. Foi preciso muita concentração, risos.

Já não era mais carnaval, ela queria algo além da fantasia e de um caso que não sobe a serra. Tudo que podia rolar de ilusório e lúdico teve quase 07 dias pra acontecer...se era só isso que ele queria, chegou tarde demais: quase na quarta de cinzas.
Para ela, não era tarde pra acreditar em encontros mágicos feitos com um empurrãozinho do destino e vontade de Deus, mas talvez esse não fosse o caso. A gente nunca sabe quando é ou quando será...mas ela acreditava, ainda, que "a vida é a arte do encontro", pena que não aproveitemos ou não sejam recíprocos na mesma medida todos os bons encontros da vida.

Na quinta, queimadas as fantasias, eles voltaram a suas vidas, suas defesas, suas buscas e confusões e eram tantos as ressalvas e medos e regras que não rolou mais nada, a não ser a lembrança daquele beijo memorável que parou o carnaval.
Talvez pudesse ter sido amor de carnaval, mas foi só um beijo no meio da folia.

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